O Bolsa-familia(BF) é um projeto blockbuster, o estilo arrasa-quarteirão do cinema americano. È a ampliação do fisiologismo-esmola iniciado no governo FHC e incorporado de forma extremamente eficiente por Lula. O presidente, inteligentemente, sempre soube que precisava de projeto social-marqueteiro para agradar as massas, maioria, afinal, de nossa sociedade. Com a falência do Fome Zero, abandonado, viu-se que o BF era mais eficiente pois entregava aquilo que qualquer um gosta de receber: dinheiro " de graça".
O fato do projeto ser eleitoreiro não tira do programa o grande benefício da transferência de renda, até porque somos tão miseráveis que este assistencialismo é capaz de produzir mudança de classe, afinal, em um país em que mil reais de renda faz alguém ser classe média, o valor do BF é capaz de operar milagres sociais. Nem por isto o programa deve ser isento de criticas: ele não permite mudança real de padrão econômico, impõe um custo a ser pago pela sociedade já espoliada e sem retorno de seus impostos, desvia recursos que deveriam ser investidos em ações administrativas outras e humilha o cidadão que depende de programas de apoio quando deveria ter um emprego.
A ira de Lula, esta semana, contra críticos, chamando-os de " imbecis e ignorantes" é um desrespeito democrático, uma grosseria de quem ocupa o posto mais alto da nação. Lula precisa aprender a reduzir seu messianismo narcisico e respeitar opiniões contraditórias. O governo, mesmo sem orçamento, acaba de reajustar o BF. È evidente a intenção eleitoreira do processo, que se escuda na barricada sofista de dizer que é a elite que não deseja melhorar os pobres.
O presidente é capaz de qualquer coisa pela manutenção do poder - basta vermos sua defesa do Sarney, sua interferência no Senado, no PT-, e fez a escolha do reajuste do valor. Ok, é sua escolha. É um direito. Agora, não pretenda que todos se calem e se conformem, só para lhes ser servil. Os termos não são adequados ao debate. Não sou contra, tenho criticas, mas, não presidente, eu não sou imbecil. Ou talvez tenha sido quando lhe dei meu voto na primeira eleição.
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